O Prêmio Caxias do Legislativo caxiense foi outorgado ao senador Paulo Paim/PT, em sessão solene da Câmara Municipal, realizada na noite desta quarta-feira (19/11), no plenário da Casa. O parlamentar obteve reconhecimento pela contribuição com as causas. O presidente da Câmara, vereador Lucas Caregnato/PT, propôs a homenagem e a conduziu. Durante a cerimônia, religiosos de matriz africana celebraram a atuação de Paim.
O proponente enfatizou que a solenidade coincide com a véspera do feriado nacional do Dia da Consciência Negra. “Atualmente, é o único parlamentar negro do Senado da República. É a trajetória de um menino do Bairro Santa Catarina. Nasceu em 15 de março de 1950. Viveu em Caxias os primeiros 33 anos de vida. Ainda criança, foi artesão. Cresceu entre metalúrgicos, com estudo, trabalho e vida comunitária. Sofreu as marcas do racismo estrutural, que ainda fere a sociedade”, relatou.
Caregnato lembrou que, num passado nem tão longínquo, a vida social de negros era restrita ao Clube Gaúcho. Contou que, quando Paim se formou no Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), um considerado importante clube da cidade não permitiu a presença de negros. Como descreveu, em protesto, os colegas decidiram levar a festa de formatura para a Praça Dante Aligheiri.
O vereador ainda comemorou emenda parlamentar de Paim, anunciada hoje, no valor de R$ 1 milhão, para reformas e revitalização do Clube Gaúcho. Atentou que, como deputado constituinte, deputado federal e senador por três mandatos, ficou marcada pela luta em favor dos direitos humanos, dos idosos, dos negros, dos deficientes, dos mais vulneráveis.
Depois de receber o troféu e o diploma, que caracterizam o Prêmio Caxias, o senador definiu que política se faz com o coração e com a alma. Recordo que os pais, Ignácio e Itália, mesmo analfabetos, ensinaram que a vitória na vida passava pelo estudo, pelo trabalho e pela honestidade. Disse que os mesmos princípios o ajudaram na superação das barreiras do preconceito.
Paim comentou que a jornada de vida, a partir dos ensinamentos de casa, está fundamentada em muitas defesas. Entre elas, falou das cotas em cursos e concursos. “A regra não beneficia só os negros e garante ascensão social para quem mais precisa. Algo que também me orgulha é a Lei dos Autistas”, disse.
Outras autoridades presentes também enalteceram a figura de Paim. Uma delas foi o prefeito Adiló Didomenico, para quem ele tem sido incansável na defesa dos interesses da cidade, com uma linha política posicionada ao lado dos mais necessitados. O secretário municipal da Saúde, Rafael Bueno, aproveitou para entregar um ofício em nome do Hospital Pompéia, solicitando uma verba para a revitalização do pronto-socorro e as internações via Sistema Único de Saúde (SUS).
O presidente da Assembleia Legislativa do RS, deputado estadual Gilberto Pepe Vargas/PT, enumerou algumas das contribuições de Paim, tais como: estatutos do Idoso, da Igualdade Racial, da Pessoa com Deficiência, do Trabalho. Referiu o papel na fundação da Central Única dos Trabalhadores (CUT).
A deputada federal Denise Pessôa/PT afirmou que celebrar a trajetória de Paim se coincide com a dos negros, numa resistência com ancestralidade. “É uma voz necessária no Congresso Nacional, como ser humano, cujas manifestações dão voz às lutas por direitos humanos”, pontuou. Na mesma linha, a presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de Caxias do Sul (Sindiserv), Silvana Piroli, reforçou os pleitos do homenageado pelos trabalhadores, no Congresso Nacional.